No dia 1 de junho, Vigília da Ascensão, a paróquia de Santa Catarina peregrinou pela 96ª vez ao Santuário de Fátima.
No dia 1 de junho, Vigília da Ascensão, a paróquia de Santa Catarina peregrinou pela 96ª vez ao Santuário de Fátima.
Pode acontecer que para alguns tenha sido apenas mais uma Peregrinação, mais uma caminhada até Fátima, mas a verdade é que peregrinar vai muito além do mero caminhar.
Quando peregrinamos, saímos de um lugar com destino a outro. Uma saída que não é apenas movimento físico. É também, e sobretudo, um movimento espiritual, interior. Só conseguimos peregrinar verdadeiramente quando temos a capacidade de sairmos de nós mesmos, e de nos abrirmos e entregarmos a Deus e ao outro.
E foi imbuídos neste espírito e com esta tomada de consciência que peregrinámos. Todo o caminho foi feito em ambiente de oração feita de cânticos, palavras e silêncios de reflexão.
Chegados ao Santuário de Fátima, passámos em comunidade o Pórtico Jubilar. Passagem simbólica do deixar para trás o pecado, o mal, sendo o começo de uma vida nova. Sempre com a consciência de tudo o que já vivemos mas, acima de tudo, com a consciência de que muito mais há ainda para fazer e viver na renovação pessoal e a nível comunitário.
Às 18h30, e junto a Maria, rezámos o terço na Capelinha das Aparições. Seguimos depois para a Capela da Morte de Jesus onde, às 19h30, celebrámos a Eucaristia. Neste momento de celebração em comunidade refletimos sobre o que significa ser amigo de Deus. Será que é apenas dizer-Lhe que O amamos? Claro que também passa por aí, mas é muito mais do que isso. É abrirmos verdadeiramente o nosso coração ao Seu amor, e darmos testemunho d´Ele no nosso dia a dia, com os nossos gestos e atitudes para com o outro. Como poderemos nós estar bem com Deus se não estamos bem com aquele que vive ao nosso lado?
Em determinado momento, e ainda na Peregrinação, enquanto caminhávamos rumo a Maria e eu saboreava o silêncio de um breve momento, dei por mim a pensar: tantas vezes fazemos as coisas para mostrarmos aos outros, como se de um espetáculo se tratasse. Mas será que é isto que Deus quer?! Será este o verdadeiro sentido de uma Peregrinação? Não, estou convicta que não! Só conseguimos peregrinar verdadeiramente em comunidade, se primeiro o soubermos fazer interiormente, no silêncio, na simplicidade e na humildade do nosso coração.
Que esta caminhada tenha sido para todos oportunidade para isso mesmo, e que cada passo deste caminho tenha sido movido pela esperança de que Deus está sempre connosco.
Célia Ferreira