Jorge Rodrigues, artista plástico, de 37 anos e natural da Pinheiria, Santa Catarina da Serra, terá as suas obras patentes em exposição, durante os meses de fevereiro e março, na Casa da Cultura de Mira de Aire.

Luz da Serra (LS): Como iniciou no mundo da pintura?

Jorge Rodrigues: Desde que me lembro que sempre tive a arte presente na minha vida. Comecei a interessar-me mais aquando do meu primeiro contacto com a arte do graffiti.

LS: Tem alguma formação ao nível de arte?

Jorge Rodrigues: Não. Sou um artista autodidata (capacidade de aprender algo sem ter alguém a ensinar. O próprio indivíduo com seu esforço particular procura e pesquisa o material necessário para sua arte) que gosta de evoluir e criar de forma a esticar/brincar com os meus limites.

LS: Em que se inspira para as suas obras?

Jorge Rodrigues: Tenho várias formas de me inspirar. Acima de tudo gosto que tenha algum significado. Gosto que seja a forma como eu falo sobre temas que acho que são importantes falar (como por exemplo: violência doméstica, impacto do ser humano na natureza, saúde mental entre outros). Por outro lado, sinto que me inspiro em estilos com que me identifico, como mundo da tatuagem, arte contemporânea ilustrativa, cultura japonesa, entre outros.

LS: Tem feito algumas exposições e dado a conhecer o seu trabalho de que forma? E onde?

Jorge Rodrigues: Em cerca de 6 anos já expus de variadas formas. Tanto em exposições individuais como coletivas. A nível nacional e internacional. Exposições virtuais e físicas. Desde galerias, bibliotecas, restaurantes, bares, entre outros. Acho que devo expor nas mais variadas formas pois sinto que todas as pessoas devem ter acesso à arte.

LS: A pintura para si é um hobbie ou relaciona-se de alguma forma com a sua profissão?

Jorge Rodrigues: Atualmente a pintura não se relaciona com a minha profissão. Porém o caminho que pretendo e que estou a construir é no sentido profissional, trabalho esse que tenho construído nestes 6 anos.

LS: Tem alguma obra que destaque? Qual e porquê?

Jorge Rodrigues: Não tenho uma obra que acho que sobressaia em relação a outra. Por isso, escolho uma que tem algum significado. A obra chama-se: “Basta!”. Decidi escolher esta porque foi feita sobre um tema que achei que devia dar a minha opinião, a violência doméstica. Acho que atualmente ainda é um tema tabu. Outro dos fatores por o qual destaco esta obra é porque consegui que esta tela ficasse presente na Associação Mulher Século XXI, associação que está ativa no tema em questão.

LS: Qual o feedback das pessoas que tem recebido em relação às suas obras?

Jorge Rodrigues: Para meu espanto tem sido muito positivo. Admito que no começo tive algum receio, pois queria fugir do padrão e criar algo com uma roupagem fresca e moderna. A verdade é que em 6 anos as pessoas, na sua maioria, têm gostado e a verdade é que já foram mais de 70 obras para novos donos.

LS: A exposição “Caminhos do ser” que irá ter lugar em Mira de Aire de 01.02 a 01.03, o que vai mostrar aos visitantes? Porquê “Caminhos do Ser”?

Jorge Rodrigues: A exposição tem este nome por um motivo. Como não gosto de me prender a uma única forma nem estilo, esta vai ter várias vertentes, daí a ideia de vários caminhos do meu ser. A exposição em si vai percorrer vários caminhos que abordei e ao mesmo tempo contando a história de como a minha arte vai evoluindo. Espero que gostem.

O Artista

Jorge Rafael Gonçalves Rodrigues, artista plástico, natural de Santa Catarina da Serra, Portugal.

Vê na pintura uma forma de expressar a sua visão sobre o mundo, inspirando-se em temáticas como a relação do ser humano com a natureza, impactos ambientais, astronomia e temas da atualidade.

Começou a desenvolver o seu projeto de forma mais profissional em 2018, tendo já participado em cerca de 25 exposições a nível nacional e internacional, e vendido mais de 70 obras. Caracteriza a sua arte como um misto entre a arte do graffiti tradicional, influências do mundo da tatuagem e a arte ilustrativa contemporânea. Promete continuar a surpreender criando obras inovadoras que nos permitem refletir sobre a sociedade e sobre o impacto que temos no nosso planeta.

Obras de Jorge Rodrigues em exposição “Caminhos do Ser”

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